Prefeito de Porto Alegre responde à polêmica

CICLOVIAS E BICICLETÁRIOS

A polêmica sobre a falta de um bicicletário no Mercado Público termina revelando o total desconhecimento das pessoas sobre a preparação da cidade para acolher, de forma mais adequada, os ciclistas (que estão a trabalho ou a passeio).

Em primeiro lugar, torna-se necessário relembrar o grande trabalho técnico desenvolvido para estudar todas as possibilidades da construção de ciclovias em Porto Alegre.

Foi uma tarefa que durou aproximadamente 3 anos e que resultou na aprovação do Plano Diretor Cicloviário, em 15 de julho de 2009, e que irá possibilitar a construção de mais de 40 Km de ciclovias em Porto Alegre.

Dentro do plano consta a operacionabilidade do sistema com a implantação de Bicicletários no Mercado Público, Usina do Gasômetro, Trensurb, entre outros locais públicos, ações que já estão sendo desenvolvidas.

A construção de uma ciclovia começou pelo Bairro Restinga, cuja obra já está na sua fase final, numa extensão de 4,6 Km.

A próxima ciclovia a ser construída será a da Avenida Ipiranga com uma extensão de 9 Km. A negociação com um parceiro (Grupo Zaffari) já está bastante avançada e a obra deverá ser iniciada em abril de 2011.

Depois, pela ordem, faremos a construção da Ciclovia da Av. Sertorio com uma extensão aproximada de 8 Km.

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Acho que todos têm boas observações  para comentar sobre essa resposta. Até quando vamos ter que escutar promessas vagas e relatos da Prefeitura falando como se Porto Alegre tivesse uma ciclovia de verdade? Olhem as fotos das péssimas ciclovias que a Prefeitura construiu.

Leiam os comentários desse post para conhecer o ponto de vista dos ciclistas sobre o que tem sido feito até agora:

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14 respostas para Prefeito de Porto Alegre responde à polêmica

  1. Melissa disse:

    Prefeito, o que mais me indigna é que o senhor fala como se Porto Alegre tivesse ciclovia. Na Restinga, temos uma calçada que pretende ser ciclovia, mas não tem sinalização e quem usa é o pedestre. Quem passa por ali não se dá conta que trata-se de uma ciclovia.

    Na Avenida Diário de Notícias, o que é aquilo? Uma “ciclocalçada”? Quem usa também é o pedestre, e por quê? Porque ao invés da Prefeitura tirar espaço dos carros para fazer uma ciclovia decente, tira espaço do pedestre para fazer algo que não é uma ciclovia de verdade. O pedestre já é prejudicado pela infeliz cultura do automóvel que há em Porto Alegre.

    A Ciclovia da Ipiranga já deveria ter começado há muito tempo, portanto não fale com orgulho que vai começar em 2011. O Plano Cicloviário de Porto Alegre até hoje só existe no papel. E quando vocês fingem que constroem uma ciclovia, na verdade estão querendo usar o espaço do pedestre para construir algo que não é uma ciclovia de verdade, que no final das contas não vai dar certo porque é mal estruturada.

    Prefeito, você fala como se a Prefeitura estivesse fazendo muito pelo ciclista. Sua resposta é enganosa e insatisfatória.

    Att,
    Melissa Webster

  2. Klaus disse:

    Não se sabe se existe falta de conhecimento por parte dos membros da prefeitura o que é perdoável ou se não existe estrutura para ciclistas para não prejudicar as empresas de ônibus e a estrutura de coletivos ser ruim para não prejudicar as empresas de automóveis.

    A todos que não sabem a bicicleta é o meio de transporte de um potencial futuro em que o trânsito das pessoas é um deleite diário (de leite de amêndoas!) sem engarrafamentos e em que as pessoas interagem entre elas e com o meio ambiente.

    Não tem conexão à internet na prefeitura de Porto Alegre?

    Se tem não deve ser falta de conhecimento…

    Prefeitura ganha mais um prêmio pela campanha da faixa.

    Se a prefeitura se importasse mais com a vida dos portoalegrenses do que com as empresas de automóvel ela iria instalar lombadas antes das faixas de segurança.

    Isso mereceria um prêmio. Isso seria solucionar um problema que é grave.

  3. Melissa disse:

    Pessoal, eu não sabia que a Prefeitura tá fazendo parceria com o Grupo Zaffari pra construir a ciclovia da Ipiranga. Que saco, não sabem fazer nada sem beijar os pés da iniciativa privada? Já não chega entregar o Mercado Público pra Coca-Cola?

  4. João Fonseca disse:

    É simples a resposta para a falta de iniciativa e o descaso dos governantes para com os ciclistas: Qual a receita que as bicicletas geram para o governo????

    • Sinceramente?
      Bibicletas podem fazer eles gastarem muito menos com saúde publica, ou seja, vai fazer sobrar muita grana pra eles …

      • Marcelo disse:

        Mas eles adoram gastar! Como eles vão se reeleger se não puderem dizer que gastaram milhões em viadutos e em hospitais?

      • Melissa disse:

        É que o sistema que vivemos se alimenta dos problemas da população. Quem não tem problemas de saúde e leva uma vida simples, feliz e tranqüila, gasta muitíssimo menos e gera menos renda para o país. E não é só renda que eles querem?

  5. Marcelo disse:

    Sendo que tem uma parte da ciclovia da Diário de Notícias que é em cima de onde já tinha calçada e tem uma local específico onde a faixa destinada ao pedestre é mínima, não passa uma cadeira de rodas!

  6. Dailor disse:

    Legal, o blog do seu fortuna não aceita comentários: só quer falar (escrever) e não ouvir (ler).

    Prefeito,

    Aproveite a farra da copa, para a qual a cidade está sendo preparada com revogação do plano diretor (vide aprovação de lei hoje na Câmara), higienização das ruas (carroceiros e recicladores marginalizados ou despejados), calças baixadas para as empreiteiras, entrega do patrimônio público, absurdas isenções fiscais, para fazer algo que os gringos vão adorar: priorização do transporte mais ambiental, na moda, hipster e com potencial explorativo: a bicicleta! Pense na Europa, “país” de primeiro mundo: Londres, Amsterdam, Copenhague, Bogotá (ops), Pequim (ops), e como lá a bicicleta é valorizada! Quer algo mais desenvolvido e verde do que concretizar de uma vez esse Plano Diretor Cicloviário?

    Claro que não é assim que penso, mas dá vontade de ironizar essa “boa vontade” travestida de “tenho-que-agradar-a-todos-mas-na-verdade-que-se-f*” do governo Fo-Fo…

  7. Maria disse:

    Ao contrário do que o SR Fortunati afirma, existe conhecimento sim por parte de quem reclama. Reclamamos porque não está, nem de longe, minimamente satisfatório.
    O que eu conheço é a dificuldade que eu e outras tantas pessoas temos quando tentamos usar nossas bicicletas. Eu tenho conhecimento que não existe a menor possibilidade de ir de bicicleta pra o meu trabalho porque, caso contrário, é suicidio em potencial. O que eu conheço é a falta de ciclovias em Porto alegre.
    Uma ciclovia não pode ser na calçada; é uma faixa dedicada especialmente a bicicletas, que os motoristas devem respeitar. O “caminho dos parques” é um trecho que não pode ser usado durante a semana e que, mesmo quando podemos usá-lo, os motoristas não respeitam. Cadê a EPTC pra fiscalizar?
    E que coisa é essa que a prefeitura de Porto Alegre tem com o comercial záffari, os Vontobel, os Gerdau, etc ?? Essas empresas doam dinheiro para a campanha da atual administração municipal e vocês se sentem em débito com eles, que sempre tem que envolver o nome deles em algo??
    Todos sabemos que o espaço numa via engarrafada é disputadíssimo. Mas o espaço que for dedicado às bicicletas em uma rua ou avenida (e volto a afirmar: não na calçada, caso contrário nunca superaremos esta cultura de que o carro está acima de tudo) não será desperdício, pois várias pessoas passarão a usar a bicicleta ao invés do carro.
    As ciclovias em Porto Alegre são pra lá de urgentes. Tá na hora de colocar a mão na massa e começar a fazê-las em ruas e avenidas mais engarrafadas, justamente onde as pessoas mais circulam. Londres, Bogotá, Amsterdam são cidades que acolhem de forma adequada os ciclistas. Porto alegre não. Ao menos não o é ainda.

  8. Acabei de me mudar pra cidade e minha bicicleta só vem na próxima semana então sou novo na discussão.

    Eu vejo um diálogo entre um prefeito e uma voz coletiva muito forte mas não vejo um movimento seguro por se realizar algo que seja bom para o ciclista. Vocês estão demonstrando que tem muita disposição para exigir, brigar e criticar mas afinal quem é que vai fazer acontecer este tal projeto ciclioviário?

    Qual é o jogo de poder aqui? Um prefeito que ouve aqui e ali e faz alguma coisa tentando agradar o máximo possível ou uma comunidade que se organiza para criar o seu próprio espaço urbano? Há muitíssimos projetos prontos no mundo para as ciclovias, tenho certeza que muitos são maravilhosos. Teremos que assistir e esperar a coisa ir sendo feita para reclamarmos e depois fazermos remendos?

    É preciso envolver pessoas qualificadas neste planejamento: arquitetos, urbanistas, CICLISTAS, engenheiros. É preciso buscar parceria e diálogo com realizadores de projetos semelhantes nacionais e internacionais.

    Bom, agora vou esperar o próximo encontro ao vivo para saber como vocês estão se organizando.

    🙂 até

  9. Marly disse:

    Vou expor meu caso aqui. vejo uma diferença dos grupos de passeio, audaxes, competições e outros. vejo que não há união, aqui neste espaço em que muitos têm opiniões firmes e propositivas como eu e demonstram estarem afim de mudanças reais no trânsito das cidades. Me faz lembrar de quando mudei para cá, advinda de São Paulo/SP e comecei a me utilizar da bike, porque estava morando num bairro distante, mas depois de vir morar no Jd. Botânico comecei a sair mais e mais de magrela e sempre achando que se lá eu ia trabalhar de manhã voltava na hora do almoço levava o filho para escola na garupa voltava para o trabalho e voltava no final do dia para casa, morava num bairro chamado vila madalena que não precisa falar nada e trabalhava em outro bairro que era a vila olimpia, outro bairro, meu filho estudava no alto de pinheiros. eu não tinha bike boazinha de lojinha modinha ainda não. era uma caloi ceci, com bagageiro e rosa. e no trabalho me chamavam de penélope, de pura gozação e assombro. tipo ela é mesmo maluca, no ano de 1993. eu vim para cá em outra década e não é que fui atropelada por um coletivo há alguns quarteirões de casa? briguei, briguei e nada aconteceu. protocolei queixa na EPTC e recebi ligação de alguém que não lembro mais, me dizendo que contrariamente ao que eu tinha dito na carta que lhes enviei, “aqui tinha sim, qualidade de vida e respeito no trânsito”. KKKKK. o coletivo que me atropelou às 16hs nem parou, em plena av ipiranga e me fraturou o braço como quando se parte um palito de fósforos ao meio! sentada na entrada de um edificio onde permaneci por 50 min segurando um braço que deu um giro de 360 graus, sozinha com o cestinho cheio de compras para o lanche com meu filho em casa que nem rolou. após diversas chamadas que, apenas uma guria moradora do edificio fez do orelhão para a Samu, que nunca apareceu. fui desovada por dois brigadianos dentro do hps e se foram. cai e fui atropelada justamente porque na pista havia um motoboy parado encima da moto olhando um endereço e eu lhe pedi que estacionasse, mas o mesmo não fez e quando avancei achando que ele estivesse saindo da via … e o resto voces imaginem. uma vez em sampa tive um acidente com um entregador de revistas, que levam na frente da bike aquelas gavetonas, tipo cestos de super. o guri vinha depressa e depois que a sinaleira abriu para nós apareceu um caminhão da prefeitura subindo e quem consegui freou, o guri me abalrroou. veio o pessoal do detran com caminhonete levar a gente e as bikes para fazer o boletim e tudo. em frente tinha um hospital particular e fui imediatamente atendida, sem gastar um tostão! realmente tem hora que me sinto muito fora de contexto entre a galera do pedal, pois recuperei-me para voltar a pedalar por ter pedido socorro a uma ong que lida com violência no trânsito, o vida urgente. assim fui voltando aos poucos, depois durante uma mobilização num dos fsm até rolou uma oficina com gente de outros estados, como santa, rio, sao paulo e outros falando de experiências com ciclovias, etc. comecei sair para pedalar com os grupos de noite, cicloturismo e audax, depois as competições e hoje vou e volto sozinha em meus afazeres do dia a dia de bike e, esqueci de dizer que quando me recuperava quiz muito partilhar e alertar sobre o perigoso trânsito, escrevi para a band, para a zh e ninguém deu bola, cheguei procurar o partido que era governo, nada também. reclamei na ouvidoria da samu pela falta de socorro, não deu nada!por fim consegui postar meu protesto no site do mídia independente e alguem me respondeu que a solução era criar um mass critical nos moldes de como ele acontece na china com várias bicicletas invadindo aos gritos as ruas. meu acidente foi em 2001, mas me sinto muito frágil nesta relação desproporcional que é o trânsito nesta capital dos gaúchos. sem fiscalização, sem sinalização e sem o menor respeito do maior para com o menor! gostaria que o prefeito lesse isso tudo!

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